quarta-feira, 3 de março de 2010

Servidores dizem que foram humilhados em perícia

Luiz de Carvalho

Quatro boletins de ocorrência foram registrados na Polícia Civil contra a Prefeitura de Uniflor (a 53 quilômetros de Maringá) por funcionários públicos municipais que dizem ter sido humilhados durante uma perícia médica determinada pela administração municipal.

Os servidores dizem também ter sido ameaçados e obrigados a trabalhar sem condições de saúde para isso.

A perícia foi para oito servidores que estão afastados do trabalho por problemas de saúde, como epilepsia, câncer, depressão, Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e outras doenças. Segundo os servidores, o clima de animosidade começou pela intimação que receberam, com um trecho em negrito ameaçando que “o não comparecimento acarretará na nulidade do atual atestado médico e as faltas serão consideradas injustificadas e serão descontadas”.

De acordo com os servidores, fatos estranhos aconteceram no dia da audiência que, ao invés de acontecer em um hospital ou posto de saúde, foi realizada no gabinete do prefeito, onde foi instalada uma maca.

“As pessoas que nos examinaram usavam roupas comuns e em nenhum momento se identificaram como médicos”, lembra a funcionária de serviços gerais Nilza Matias da Silva. “Eles nos trataram com brutalidade e ficaram ironizando nossas doenças”, completa.

Segundo Nilza, que é epilética e faz tratamento com médicos em Maringá e está afastada do trabalho na prefeitura há quatro anos, os peritos levantaram a roupa dela sem qualquer aviso, dizendo que era para verificar se ela tinha hematomas no corpo. “Fiquei constrangida; eles podiam ter pedido e eu mostraria o que quisessem, mas não precisavam erguer minha roupa”.

Os peritos, segundo a servidora, ainda fizeram ironias. “Disseram que se eu fosse realmente epilética teria que ter várias marcas pelo corpo, não se casaria e não poderia ter filhos.”

A administração municipal ainda não foi notificada sobre as ações e informou que em momento algum funcionários foram humilhados ou receberam ameaças.

De acordo com o diretor da Divisão de Recursos Humanos, Edson de Carvalho Nunes, é normal as prefeituras verificarem a veracidade de atestados médicos que mantêm servidores afastados do trabalho por muito tempo.

“A perícia é um procedimento normal e servidor que não estiver em condições de voltar ao trabalho poderá continuar afastado, outros, que não tiverem condições de exercer suas antigas funções, mas puderem fazer outros trabalhos, mais leves, são aproveitados em outras áreas”, afirmou.

Fonte: O Diario do Norte do Paraná

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