29/02/2012 - 12h16
Foi somente com a organização dos trabalhadores que o prefeito começou a anunciar reajuste que ainda não supre a reivindicação histórica dos trabalhadores. Assembleia geral hoje.
Paralisações de 50 minutos nos cmeis, greve dos dentistas e dos excluídos das 30 horas, ocupação do gabinete do prefeito pelo ICS, maior assembleia geral realizada em outubro de 2011 no Bom Jesus, mobilizações na enfermagem, boicote aos plantões por parte dos fiscais, caminhada pelo piso no último dia 25, atos da guarda municipal e assembleia geral hoje (29). As intensas mobilizações dos servidores municipais de Curitiba fizeram com que o prefeito Luciano Ducci anunciasse reajuste de 10% para os trabalhadores, além de aumentar salário da guarda municipal. A proposta que confere aumento real será debatida em assembleia nesta noite, no centro de convenções de Curitiba (Rua Br do Rio Branco, 370 - Centro), às 19 horas.
O anúncio do prefeito foi divulgado na mídia e no site da prefeitura. O Sismuc já entrou em contato com os recursos humanos e solicitou o calendário de negociações de 2012. “Em cobrança com o RH foi confirmado o calendário que deve ser encaminhado a nós ainda hoje”, afirma Ana Paula Cozzolino, secretária geral do Sismuc.
Para a direção do sindicato, o percentual proposto é bom e mostra que as mobilizações surtem efeito. “Mais uma vez a mobilização já faz a diferença. O prefeito sabe que hoje tem uma assembleia geral que pode encaminhar para a greve. Mas devemos continuar mobilizados em busca de conquistas ainda maiores”, cita Irene Rodrigues, secretária de assuntos jurídicos do Sismuc.
Opinião sustentada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O órgão afirma que a prefeitura tem capacidade de incorporar os R$ 250 e ainda oferecer reajuste de 30% para todos os trabalhadores sem que isso comprometa a responsabilidade fiscal. “Os trabalhadores já conquistam 10%. Mas a mobilização pode conquistar ainda mais. Hoje, na assembleia, vai discutir como isso pode acontecer”, defende Alessandra Oliveira, secretária de comunicação do sindicato.
Na proposta da prefeitura também é assumido o compromisso de que a guarda municipal tenha como vencimento básico R$ 1400 a partir de setembro de 2012. A categoria deve participar da assembleia hoje e tem outro encontro marcado para amanhã (1 de fevereiro), no Sismuc. “Entendemos que a prefeitura está repassando a conquista da greve de 2010, mas que podemos avançar mais ainda porque mesmo com o adiantamento das parcelas, os guardas seguem com salários defasados ainda mais se comparado com o reajuste oferecido a PM e a Polícia Civil”, compara o diretor do sindicato Diogo Monteiro.
Além de melhor reajuste para a guarda, a prefeitura também pode antecipar a valorização dos fiscais da prefeitura. “Os fiscais tiveram reajuste escalonado após mobilizações. Mas agora não foram citados no ‘pacotinho’ salarial do Ducci. Vamos defender a antecipação do escalonamento antes que a lei seja votada”, propõe o fiscal e diretor sindical Eduardo Recker.
A armadilha do PPQ
O Sismuc deve cobrar da prefeitura melhor proposta em relação ao PPQ (programa de produção e qualidade). Atualmente, a proposta da prefeitura é de incorporar R$ 100 em maio de 2013. O sindicato defende a incorporação dos R$ 250 já neste ano. “A prefeitura está propondo PPQ de R$ 275 para o magistério. É uma armadilha para frear as mobilizações dos professores que os servidores municipais já conhecem. Se a prefeitura pode pagar esse valor no PPQ também pode incorporar nos vencimentos básicos dos professores e educadores”, alerta Juliano Soares, diretor do Sismuc.
Autor: Manoel Ramires
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